substantivo masculino
Palavra de origem grega, que em sua essência emite sentidos que vão além das palavras de significância presentes nos dicionários, diz-se a representação do verdadeiro sentimento ao vislumbrar uma 'obra de arte', atingindo a mais íntima das relações em conexão de grau elevado para com o que está sendo visto e sentido. Está designada ao que fazemos, e que novamente vem a acontecer, direcionando-nos ao padecer do acontecimento de forma trágica, pode-se dizer que isso seria causado pelo repertório do observador e também por sua paixão.
Páthos seria a profunda conexão afetiva com um ser/objeto, que por sua vez nos torna seres pateticamente passivos, nos assujeitando a tudo relacionado aquela notória imagem. A paixão por si só quando sentida num primeiro momento de relação de forma saudável, é bela, acalante, contudo, quando em excesso de forma exagerada o ser passa a ter necessidade da pessoa, e demonstra níveis elevados de dependência, e em seus níveis mais extremos passa a ter comportamentos obsessivos para com sua paixão. O coração sai de sua caixa torácica, o êxtase o domina, uma paixão visceral, excessiva, catastrófica, que está além da admiração, é quase que uma obra Barroca, e seus exageros na expressividade estética, uma paixão que "estimula o sentimento de piedade ou a tristeza; poder de tocar o sentimento da melancolia ou o da ternura; caráter ou influência tocante ou patética" desprovida de controle.

Neste caso, em primeiro momento uma conversa clara entre as partes poderia amenizar todo um desconforto, sentimentos nos arrebatam de forma extrema e acabam por desestruturar nossa realidade e nossa sanidade, porém, se já aconteceram conversas que aparentemente em nada auxiliaram, talvez a melhor solução seria o distanciamento, um espaço para que possam refletir, acertado por ambas as partes, afim de curar-se desta exagerada conexão afetiva, dar tempo ao coração de ambos, respirar, recuperar-se das mágoas causadas por sentimentos idealizados, cobertos por expectativas e frustrações.
Neste sentido olhando para minha situação com o querido amigo, vejo que não é que eu seja desequilibrado, estou desequilibrado emocionalmente, não é que eu seja burro, estou doente, sei que a intenção não foi me ferir em momento algum, as minhas intenções também não eram essas, não é que eu não queira escutar, como posso escutar quando meus ouvidos estão tapados por uma ilusão? me sinto incompreendido, não é que eu goste de me iludir nem de gostar de quem não gosta de mim, eu simplesmente amei verdadeiramente, e este sentimento se transformou, não quero me sabotar, não quero o meu mau nem o mau de ninguém.
"Talvez todos os dragões de nossa vida sejam princesas que aguardam apenas o momento de nos ver um dia belos e corajosos. Talvez todo horror em última análise, não passe de um desamparo que implora o nosso auxílio." RILKE
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