sexta-feira, 17 de maio de 2019

Sisal

azul na calda
na noite: obscura e fria
é ridículo ter pena.

amarelo da cabeça
um topete de cor complementar
a barriga: muito redonda e laranja.

uma palha dourada 
perfeita para seu "ninho"
- mas a palha fedia sangue 
ou metal duro enferrujado.

o sisal
a jaula
suas duras penas
o sal

entortou o seu biquinho,
cantava...
depenou a sua calda
cantava...
não batia mais as asas
cantava...

havia em seus olhinhos: coragem
a rajada de vento era forte
rodopiava: ferrugem





















Não houve alvoroço,

Não houve moção,

silêncio: o sisal

c
a
i
u

as pupilas dilatadas


membros petrificados


os olhinhos girando


ao chão, fadado a morte.


memória: voar

V - viver
O - olhar
A - amar
R - respirar

a brisa fresca, 
a umidade do ar,
garimpar: a construção.

relapso: os vizinhos pardais,
as amigas libélulas, 
ele mesmo.








Nenhum comentário:

Postar um comentário