sexta-feira, 3 de março de 2017

Queima na chuva
das águas acidas interferidas
os pelos acesos, eretos feito pau

Permeia o percurso da água quente
aquecida em calor natural

Cenário chiaroscuro 
Uivos excitados ao luar
os pelos balançam sobre a
pele áspera de um lobo raivoso

Quando falo do lobo
falo de minha carne
pedaço de minh'alma,
falo, um trecho
que vive em mim
em sinuosas veias cheias de sangue

A volúpia é inserida em carne rosada
cintila o arco de pedras macias
e num lampejo
percevejos são expelidos
ejaculados como se não devessem estar ali
estão ali,
na boca aberta do forno flamejante
de intenso calor que vibra

É sentido, um fraquejar de pernas
aquele corpo comoveu-se aos braços do lobo
ruidosas patas em exaltados movimentos
percorrem costas com suas garras,
dentes penetram as vísceras
como se procurassem o caminho do átrio

esvaiu a chuva,
a água quente secou,
e no azul, aquela carne adormece
alheio e sereno


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