Queima na chuva
das águas acidas interferidas
os pelos acesos, eretos feito pau
Permeia o
percurso da água quente
aquecida em
calor natural
Cenário
chiaroscuro
Uivos excitados ao luar
os pelos
balançam sobre a
pele áspera de um lobo raivoso
Quando falo
do lobo
falo de
minha carne
pedaço de
minh'alma,
falo, um
trecho
que vive em
mim
em sinuosas
veias cheias de sangue
A volúpia é
inserida em carne rosada
cintila o
arco de pedras macias
e num
lampejo
percevejos
são expelidos
ejaculados
como se não devessem estar ali
estão ali,
na boca
aberta do forno flamejante
de intenso
calor que vibra
É sentido,
um fraquejar de pernas
aquele corpo
comoveu-se aos braços do lobo
ruidosas
patas em exaltados movimentos
percorrem
costas com suas garras,
dentes
penetram as vísceras
como se
procurassem o caminho do átrio
esvaiu a chuva,
a água
quente secou,
e no azul,
aquela carne adormece
alheio e
sereno
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